sábado, 25 de junho de 2011

O Aquariano


A sua mente é o seu grande tesouro, daí que a filosofia, o comportamento humano, a informática ocupem sua curiosidade intuitiva. Porém, as emoções são imprecisas e o aquariano não sabe o que sente; tudo são idéias e o ideal se confronta com a realidade da natureza humana, que requer tempo, flexibilidade e sensibilidade quanto às suas limitações. O aquariano, muitas vezes, se assusta com seus próprios sentimentos: devido à sua natureza emocional, profunda e complexa, muito a nível inconsciente, então ele pode amar profundamente, mas vai demonstra-lo poucas vezes.
            Aquário tem dois regentes planetários: Saturno, que estrutura os seus pensamentos e também lhe oferece devoção ao passado, à tradição e á ordem; Urano, por sua vez, é o inventor, o mágico, o libertador, o que lhe dá o forte anseio de liberdade para transpor o véu  dos mistérios, para derrubar estruturas preconceituosas. Portanto, é um signo complexo e paradoxal. O resultado disso é que nem sempre ele pode por em prática aquilo que prega, principalmente quando se trata de relacionamentos pessoais. Raiva, ressentimento, ciúme, saudade, necessidade, desespero, medo são coisas das quais não toma conhecimento porque elas o deixam nervoso, por estar dissociado de suas próprias emoções.
            O signo de Aquário é talvez um dos mais “cantados em verso e prosa” por suas qualidades magnânimas, proféticas, libertárias, futurísticas... mas neste ano em que as características cardinais se evidenciam, quero lembrar de algumas mazelas dos signos fixos (Touro, Leão, Escorpião e Aquário). Se pensarmos que o nosso signo solar é uma construção durante nossa vida aqui na terra, ou seja, eu me torno um aquariano, aquilo que é inato, o que é automático em mim é o Leão (como disse meu professor  Clóvis Peres – o aquariano é um monte de leoninos junto, só que nem ele mesmo sabe disso).
            O que mais aparece e muitas vezes surpreende os que o cercam são seus inúmeros paradoxos e  imprevisibilidade das reações, transparecendo as qualidades “menos nobres”  dos leoninos. Qual a diferença, por exemplo, de um leonino egocêntrico, que gosta de palco, que é reconhecido por suas qualidades e um aquariano excêntrico, amuado, que gosta de chamar a atenção, que quer ser conhecido por suas idéias revolucionárias, geniais?
            Que dizer então da famosa infidelidade afetiva do leonino, com seus casos passionais, com sua habilidade sedutora e o aquariano que vive uma eterna luta interna entre a grande vontade de amar e o medo de ser refém do outro, ou seja, entre a sensação de falsa liberdade e o desejo de estar acompanhado?
            Chamando a atenção para o símbolo de Aquário – o aguadeiro: ele carrega seu cântaro para oferecer a água da vida à humanidade, porém não molha as próprias mãos. Percebemos então o dilema de Aquário, seus dons e defeitos. Reconhecer que seu amor abstrato por  toda humanidade deveria incluir a si próprio e aqueles a quem amam, talvez seja a tarefa afinal de ser humano, vivendo numa comunidade espiritual e em plena esfera universal, trazendo ao homem a possibilidade de uma vida nova, norteado por paradigmas diferentes e originais.
Ana Rodolphi – Astróloga e Bacharel em Filosofia
Texto publicado no Jornal Viva Bem, Edição 17, em Fev 2010
Juntar paninhos é isso que dá....